terça-feira, 1 de julho de 2014

A ÚNICA MORAL DA SEXUALIDADE: O AMOR...

Um instrutor, um guia espiritual, tem o dever de esclarecer os homens e as mulheres acerca da questão da sexualidade, sabendo bem que esta questão só pode ser verdadeiramente resolvida em função de cada pessoa. Querer impor regras idênticas para todos, em nome da moral, não é razoável, porque a disciplina que pode conduzir uns para o equilíbrio, para a força e para a verdadeira espiritualidade, pode, pelo contrário, levar outros à histeria, à neurose, à doença. A natureza das necessidades dos humanos não é igual para todos, e quem não levar em conta esta realidade arriscar-se-á ou a pregar no deserto ou a infligir neles tormentos inúteis.
É claro que isto não quer dizer que não se deve fazer esforços. Sim, cada um, ao seu nível, deve esforçar-se por dominar a força sexual, por viver o seu amor de uma maneira mais bela, mais nobre, mais espiritual, porque essa é a única regra moral verdadeira. Algumas pessoas não querem fazer qualquer esforço porque sabem que são fracas e pensam que voltarão a cair logo de seguida. Não é um bom raciocínio, porque o mais importante não é o sucesso, mas o facto de elas serem completamente sinceras no desejo de melhorarem as manifestações do seu amor. Cairão pelo caminho, certamente, mas serão ajudadas e erguer-se-ão de novo. Por mais quedas que se dê, o essencial é nunca se deixar de fazer esforços.
Mas, para se ser estimulado nesses esforços, é preciso ter um associado muito poderoso. E esse associado é o ideal com que se vive: um ideal de generosidade, de amor, de luz. O ideal é um ser espiritual, uma entidade viva que vos impele para o Alto. Assim, todas as forças que não utilizardes no plano físico servirão para alimentar, para reforçar este ideal, e contribuirão para a sua realização.
Conter a energia sexual apenas para obedecer a regras ditadas pela Igreja e pela sociedade é, muito simplesmente, recalcamento. E o recalcamento não pode ser uma solução para o problema da sexualidade; o recalcamento é a recusa em dar à força sexual o seu escoamento natural, sem se ter em mente um ideal bastante poderoso, capaz de fazer um trabalho nos planos superiores para canalizar e transformar esta força. A verdadeira renúncia não deve ser uma privação, mas uma transposição para outro plano. É a mesma atividade que continua, mas orientada para os planos superiores. Não se deve ficar privado, não se deve renunciar, mas somente deslocar-se, isto é, fazer no Alto o que se fazia em baixo: simbolicamente falando, em vez de se beber a água de um pântano, bebe-se a água de uma fonte pura e cristalina!
Portanto, o essencial é que vos esforceis sempre para melhorar as vossas manifestações em todos os domínios, em particular no da sexualidade, porque – deveis saber isso! – o ato do amor, em si, não é bom nem mau; ele será apenas o que fizerdes dele. Se não tiverdes trabalhado sobre vós para vos tornardes puros, nobres e esclarecidos, por este ato comunicareis ao vosso parceiro doenças, vícios e influências nocivas. O verdadeiro amor deve melhorar, em tudo, o ser que amais; deve elevá-lo, reforçá-lo, iluminá-lo. Só quando virdes que um ser se desenvolve graças ao vosso amor é que podereis considerar-vos felizes e agradecer ao Céu por terdes conseguido ajudá-lo e protegê-lo.

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