terça-feira, 10 de setembro de 2013

A GALVANOPLASTIA ESPIRITUAL

Descrição da experiência

Mergulham-se dois eléctrodos numa tina cheia com uma solução dum sal metálico: ouro, prata, cobre, etc. O ânodo é uma placa do mesmo metal do sal dissolvido na tina. O cátodo é um molde em guta-percha coberto de grafite e representando uma figura: uma moeda, uma medalha … Com a ajuda de um fio metálico, ligam-se os dois eléctrodos aos dois pólos de uma pilha. O metal deposita-se no cátodo, enquanto o ânodo, decompondo-se, regenera o líquido da solução. Pouco a pouco, o molde cobre-se do metal da solução e obtém-se uma medalha com a imagem escolhida.


Os fenómenos da galvanoplastia encontram-se em diferentes domínios da existência, em particular no trabalho da mãe durante a gestação e na vida espiritual. 


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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Pensamento de 5ª feira - 5 de Setembro de 2013



Eu superior - pelo qual, como Jesus, nós somos um com Deus

"Esforçai-vos por entrar em vós mesmos para encontrardes esse centro espiritual, o vosso Eu superior, pelo qual o nosso Pai Celeste se manifesta em nós. E, quando o tiverdes encontrado, agarrai-vos a ele de tal forma que nada nem ninguém possa separar-vos dele. Tal como Jesus, que tinha reforçado em si próprio esta ligação ao ponto de poder dizer: «O meu Pai e eu somos um». Também vós, por intermédio do vosso Eu superior, tendes a possibilidade de tornar-vos um com o vosso Pai Celeste. Se ignorais isso, é porque não Lhe dais a possibilidade de se manifestar.
Todas as regiões do Universo têm o seu próprio centro, e entre um centro e outro existe uma ligação que vós deveis procurar para a vivificar. Aprendei a ligar o vosso coração, o centro da vida em vós, a esse outro centro, o sol, e, através do sol, ao Cristo, e, finalmente, através do Cristo, ligai-vos ao Pai Celeste, o soberano de todos os mundos. Só podereis progredir ligando-vos a seres superiores graças a esta cadeia onde circula a vida divina, e é esta vida que vos alimenta."

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Pensamento de 3ª feira - 3 de Setembro de 2013


 
Libertar-se - de uma influência ligando-se à sua contrária

"Viveis atormentados por uma paixão ou por uma relação de que quereis libertar-vos? Não é suficiente decidir isso para o conseguir. A solução está em procurardes ligar-vos a outra atividade ou outra pessoa com uma natureza ou um carácter completamente diferente daquela que conseguiu apanhar-vos. Fazei dessa outra atividade ou dessa outra pessoa uma aliada: ela agirá como uma força benéfica que vos ajudará a libertardes-vos dos vossos tormentos. Ficai a saber que a liberdade absoluta não existe, por toda a parte reina a lei da atração. O que quer que se faça, estar-se-á sempre ligado, “preso”, e é preciso estar lúcido e vigilante quanto a isso.
Se quereis libertar-vos das trevas, precisais de trabalhar com a luz, porque só a luz tem as propriedades químicas, ou físicas, se preferirdes, para expulsar as trevas e mantê-las à distância. E quando conseguistes ligar-vos à luz, ela retém-vos no seu campo de atração, já não podeis deixá-la, as más ligações são cortadas."

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PORQUE SE NASCE EM DETERMINADA FAMÍLIA?

UM FUTURO PARA A JUVENTUDE


COMPRAR

Capitulo 6 - PORQUE SE NASCE EM DETERMINADA FAMÍLIA?

Os jovens têm certamente razão ao recusarem, por vezes, as ideias ou a maneira de viver que as suas famílias querem impor-lhes. Mas isso não significa que eles irão necessariamente descobrir por si próprios algo de melhor, pois não basta desejarem-no para o conseguirem. Quando se é jovem, é muito difícil encontrar o caminho sozinho, e ainda existe outro risco: ao rejeitarem os seus pais, os jovens voltam-se para outras pessoas, por vezes adultos não muito esclarecidos nem bem intencionados, que os fazem embarcar em perigosas aventuras. Mesmo que os pais nem sempre estejam à altura do seu papel, mesmo que eles se relacionem com os filhos de uma maneira inadequada e egoísta que os asfixia, a maioria deles amam-nos e querem o bem deles, o que infelizmente não acontece com muitos indivíduos que estão prontos a explorar a credulidade e a ingenuidade dos adolescentes para satisfazerem as suas necessidades de prestígio, de domínio ou de dinheiro.

Por isso, eu digo aos jovens: «Atenção! Procurai não vos revoltardes contra os vossos pais e não vos apresseis a deixá-los, pensando que ireis encontrar condições melhores longe deles, porque não foi sem razão que o destino vos fez encarnar nessa família e não numa outra, vós tendes algo a aprender, a compreender. Existe no Universo uma justiça, uma Inteligência absoluta que, de acordo com os vossos méritos, determinou exactamente em que condições deveríeis encarnar, em que época, em que país, em que família… É inútil queixardes-vos, isso não mudará nada; tereis que aceitar a situação e trabalhar, a fim de merecerdes melhores condições de existência na próxima encarnação.

São muitas as pessoas a quem nós ouvimos lançar sobre os pais a responsabilidade dos seus insucessos. Quando um homem diz: «O meu pai era um ébrio e a minha mãe uma megera; eles batiam um no outro e também me batiam a mim, privaram-me de alimentos e de vestuário, eu nem tinha livros para ir à escola, por isso falhei na minha vida, a culpa foi dos meus pais», toda a gente concorda e acha que ele não tem culpa e é uma vítima das péssimas condições em que viveu na infância. Sim, aparentemente, os responsáveis são os pais, porque no plano físico tem sempre que haver um responsável. Mas, na realidade, o verdadeiro prevaricador foi esse mesmo homem que, pelas suas vidas passadas, criou tais condições; é a si próprio que ele deve dirigir censuras, não aos seus pais. Se o merecesse, teria encarnado numa família com pais mais cuidadosos, que lhe teriam proporcionado as melhores condições.

Por isso, não estou de acordo com aqueles que justificam a insolência e a grosseria dos jovens, alegando que eles são muito mais inteligentes que os pais e que se vêem obrigados a desprezá-los e a fazer-lhes frente. É verdade que, por vezes, se encontra crianças verdadeiramente excepcionais, mas são casos extremamente raros; não é verdade que a maioria dos adolescentes sejam génios com razões para se revoltarem contra pais excessivamente rudes.


E, além do mais, repito, se uma criança nasceu nesta ou naquela família, alguma razão houve para isso; agora, que lá se encontra, é demasiado tarde para julgar e criticar. Se ela é tão genial, por que razão veio encarnar em tal família? Existem motivos. Compete a ela reflectir e descobri-los. Se veio, foi justamente para fazer um estágio, porque tem coisas a aprender, e, ao fazer esse estágio, deve aceitar os seus pais. Depois, ver-se-á. A partir do momento em que veio parar àquela família, não deve começar por rejeitá-la. Quando tiver dado provas da sua verdadeira superioridade, poderá fazer o que quiser, mas antes, não. 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Pensamento de 21 de Março de 2013


Aprender - permite-nos nunca capitular
"Aconteça o que acontecer, vós nunca deveis capitular interiormente. É nisso que reside o vosso poder. Na maior parte do tempo, não tendes qualquer poder sobre os acontecimentos em si mesmos, porque eles são apenas elos de uma extensa cadeia. Quando estala a guerra, isso não depende de uma pessoa nem sequer de uma sociedade, mas sim de uma grande quantidade de fatores ideológicos, políticos, económicos, inextricavelmente ligados uns aos outros. E há muitas outras desgraças que podem ocorrer e perante as quais se é impotente.
Mas, seja o que for que aconteça, a vida apresenta tantas possibilidades, o Criador pôs em vós tantos dons, tantas faculdades, que podeis tirar partido delas para beneficiar de toda essa riqueza. Em todas as circunstâncias e qualquer que seja o vosso estado, podeis fazer qualquer coisa, pelo menos pensar que há ali uma lição para aprender. Aprender é uma forma de não capitular. Para se permanecer vivo, há que aprender sempre."

sexta-feira, 15 de março de 2013

Pensamento de 15 de Março de 2013


Força Kundalini - perigos de a despertar sem uma longa preparação prévia


"Atualmente, como as ciências ocultas estão na moda, surgem nas livrarias muitos livros sobre o tantrismo, mas eles apresentam métodos perigosos para um público que não foi preparado para o compreender e o aplicar. Existem realmente razões para ficar inquieto quando se vê com que inconsciência certas pessoas imaginam que, depois de terem feito algumas leituras, podem despertar a força Kundalini. Esta força é fogo, uma energia fulminante, e quem não se preparou longamente para esta irrupção nele próprio pode perder a razão ou mesmo a vida. Por isso, é preciso ser prudente e não se lançar em experiências em que há o risco de se sofrer graves perturbações físicas e psíquicas.
Naqueles que não se exercitaram durante muito tempo no autodomínio, que não se purificaram, em vez de se dirigir para cima, a força Kundalini desce e desperta, no plano astral inferior, chakras que não são mencionados nos livros hindus. Então, tudo o que há de tenebroso nesses seres fica à solta: não só o instinto sexual, como a necessidade de dominar, de destruir, toma conta deles e eles tornam-se verdadeiros demónios. É preciso saber isto: a Inteligência Cósmica pôs no corpo humano centros de energia de uma potência incrível que é perigoso despertar prematuramente."


quarta-feira, 13 de março de 2013

Pensamento de 13 de Março de 2013


Julgamento - do Céu deve importar-nos mais do que o dos humanos

"São numerosos os homens e mulheres que deixaram um marco na História. Mas ser reconhecido e apreciado na terra pelos humanos é uma coisa e ser aprovado pelo Céu é outra, pois os valores não são os mesmos. Por isso, quando chegam ao outro mundo, a maior parte deles devem ser julgados por entidades celestes, que lhes dizem: «Não devias ter utilizado os teus talentos somente para ti, mas também para o bem dos outros. Fizeste algumas coisas boas, é verdade, mas foi tão pouco comparado com o que poderias ter feito! Medita agora na vaidade das glórias humanas para que, no dia em que tiveres de descer de novo à terra, saibas utilizar melhor a tua inteligência e também reparar os teus erros.»
Quanto a vós, mesmo que não tenhais a ambição de vir a ser uma celebridade, não vos preocupeis tanto com a opinião dos outros. Em vez de procurardes a sua aprovação e os seus elogios, questionai-vos sobre o que pensam as entidades celestes perante as quais, um dia, tereis de apresentar-vos."

segunda-feira, 11 de março de 2013

Pensamento de 11 de Março de 2013




Incarnação - casamento do ego humano com um corpo físico
"O que é uma incarnação? A associação, por um certo tempo, de um espírito e de uma alma com um corpo físico. No momento da morte, eles separam-se, e mais tarde, na incarnação seguinte, far-se-á uma outra associação. O ego humano não é homem nem mulher, é ao incarnar-se na terra que ele se torna um ou outro conforme está polarizado positivamente ou negativamente. Se estiver polarizado positivamente, em geral incarna-se num corpo feminino para possuir os dois princípios; e, de modo inverso, se estiver polarizado negativamente toma um corpo de homem. Perguntar-me-eis: «Mas do que é que depende essa polarização do ego humano?» Do estado de evolução em que ele se encontra e do trabalho que deve realizar para o seu aperfeiçoamento.
A nossa incarnação na terra é já, de certo modo, uma forma de casamento. Por isso, podemos dizer que o primeiro casamento que um ser humano contrai é o do seu ego com o seu corpo físico, e esse casamento exige fidelidade."

sexta-feira, 8 de março de 2013

Pensamento de 8 de Março de 2013


Saúde - como preservá-la
"Um homem acaba de comprar um carro magnífico e usa nele gasolina da melhor qualidade, os melhores pneus, etc. Mas, quando o utiliza, não é prudente nem tem autocontrolo: faz manobras perigosas, acelera a fundo, trava bruscamente… e o pobre do automóvel, maltratado, fica rapidamente sem poder ser usado. Pois bem, a maioria dos humanos age assim com o seu corpo físico. Eles não têm a menor consciência da maravilha que o seu organismo representa, das “oficinas” em que ele foi construído, de como o espírito trabalhou sobre ele e de quanto custou ao Criador chegar a toda esta estrutura. Vós direis que cuidais do vosso corpo físico, que respeitais as regras da higiene, da nutrição… Talvez, mas isso não é suficiente. Se quereis, de facto, estar de boa saúde, sede condutores atentos, prudentes, isto é, evitai os estados passionais, os pensamentos e os sentimentos caóticos que provocam choques e desgaste no vosso organismo."

quinta-feira, 7 de março de 2013

O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER - Parte 2


RUMO AO REINO DA PAZ


Capitulo 7 da Coleção IZVOR 208


O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER


II

Evidentemente, quando se escuta as minhas conferências e se está ao corrente de todos os acontecimentos que se dão actualmente no mundo, acha-se que os assuntos de que falo não têm nenhuma relação com a actualidade. As pessoas pensam: «Mas o que é que ele está para ali a dizer?! Se ele soubesse o que se passa na Polónia ou no Líbano, ou mesmo em França, não nos falaria de coisas tão insignificantes.» Ora aí está, ninguém compreende nada porque aquilo de que eu vos falo, pelo contrário, está na base de tudo: são métodos, meios, chaves, para resolver todos os problemas da existência.

Se eu me pusesse a falar-vos dos acontecimentos, de que serviria isso? Já há tanta gente que fala deles, sem que isso traga soluções! São apenas constatações, estatísticas, notícias, que jamais servirão para mudar alguma coisa, e só Deus sabe se são exactas! Deixo, pois, todas essas questões para os outros, e ocupo-me do essencial, daquilo que será válido eternamente. O ser humano tem um corpo físico, uma vontade, um coração, um intelecto, uma alma e um espírito, e a questão é esta: como é que ele deve trabalhar com estes elementos com os quais terá sempre que se haver? Sim, sejam quais forem os acontecimentos, o ser humano será eternamente colocado diante dos mesmos problemas: como pensar, sentir, agir, amar, criar…

Eu escolhi, pois, o assunto mais importante: o ser humano. Os outros não vêem esta importância; perdem tempo e energias com histórias que todo o mundo esqueceu pouco tempo depois. Sim, é extraordinária esta tendência que as pessoas têm para se interessarem sempre por coisas efémeras! Um novo governo, por exemplo: eis algo de que se ocupam com paixão… Mas quanto tempo vai durar esse governo? Alguns meses depois será substituído e eles terão de ocupar-se de um outro. E os partidos políticos… alguns aparecem e outros desapareceram ou mudam de nome, e, se não conhecerdes os seus nomes e os daqueles que estão à sua frente, ficareis muito mal vistos. Lá que não conheçais nada do mundo divino, isso não tem a menor importância, mas não estar a par das zangas entre os dirigentes políticos, do que eles dizem na televisão, isso é grave … Mas é miserável, é lamentável, o que é que essas histórias podem realmente trazer aos humanos para o seu verdadeiro futuro, isto é, para a sua paz, para a sua luz, para a sua imortalidade?

Direis: «Mas nós queremos ajudar o nosso país!» Não podeis ajuda-los dessa maneira, jamais se pôde ajudar os humanos deste modo. Imagina-se que se ajuda … Não, não são estas discussões e estas zangas políticas que podem ajudá-los. Tudo isso jamais trouxe coisa alguma, salvo descontentamentos, fúrias, greves, revoluções. O que é que a política melhorou? Os hospitais estão cheios de doentes, os tribunais cheios de processos, e muito em breve será preciso um polícia por habitante.

Encontrareis milhares de pessoas no mundo que colocam a política acima de tudo. Dia e noite, não se ocupam de outra coisa, mas que soluções encontram eles? Nenhuma, salvo a de pertencer a um partido. Pertencer a um partido, isso sim, é glorioso, é fantástico, toda a glória reside nisso. Mas este partido irá realmente resolver os problemas? Será que ele está no bom caminho, no caminho da verdade? Ninguém se preocupa com isso. Uma vez inscrita nesse partido, a pessoa sente-se inchada, forte, segura de si. Mas muitas vezes este orgulho não dura muito porque, se o partido não alcança a vitória, lá começam os seus membros a desinchar. Toda a sua glória não passa de uma bola de sabão.

Será que estais de acordo comigo? Não, não creio. Bom, como quiserdes. Mas ficai sabendo que todas estas tendências que se vê manifestarem-se neste momento são, mais ou menos, tendências para a anarquia. Se as pessoas pudessem dar-se conta do quanto estão afastadas da verdade! Mas elas gostam de se enganar, de ter ilusões, mesmo que isso não sirva para nada, elas agitam-se para darem a si próprias a impressão de que fazem alguma coisa. Pelo menos mexem, não ficam inactivas. Há que estar activo, é claro, mas que escolham ao menos a melhor actividade!

Ide pôr-vos a falar de política onde quer que seja, na rua, no comboio, e vereis: os jovens, os velhos, todos vos darão o seu ponto de vista. Meu Deus, vivendo uma vida tão limitada, tão pessoal, que ideias poderão ter? E se escutardes os dirigentes dos partidos políticos, ouvireis que cada um acusa o outro de trabalhar para a ruína da nação e a infelicidade dos cidadãos, ao passo que ele só pensa na pátria, não vive senão para a pátria. Será verdadeiramente sincero o que dizem, será verdadeiramente no interesse do país e dos compatriotas que eles falam, ou é por eles mesmos, para serem eleitos? Uma vez eleitos, logo se verá! Infelizmente, só se verá o que já se viu.

É porque ninguém se entende sobre este «interesse do país» que há tantos partidos, e cada vez há mais. Mas para que servem todas estas divisões? É preciso ver o conjunto, um único fim a atingir, um fim definitivo, e não deter-se num ponto particular e bater-se por objectivos que em breve serão substituídos por outros.

Eu não digo que todos estão enganados, não; cada um, do seu ponto de vista, tem razão. Mas, face ao conjunto, todos cometem erros. Um egoísta que não presta atenção aos interesses dos outros arranja as coisas de maneira a satisfazer os seus desejos e as suas cobiças, e fatalmente os outros censuram-no; e ele não compreende, porque para ele tudo era legal, tudo era perfeito, tudo era lógico. É o que se passa também com os partidos políticos. Tudo o que eles dizem é absolutamente verdadeiro, lógico, segundo o seu ponto de vista, mas, em relação ao ponto de vista da totalidade, ao ponto de vista universal, não é assim tão verdadeiro.

Quando uma criança quer qualquer coisa, está convencida de que tem razão e fica admirada por os pais se oporem aos seus desejos. Segundo o grau de compreensão a que a criança chegou, o que ela deseja é absolutamente lógico e legítimo! Mas eis que ela constata que outras pessoas, más, incompreensivas, lhe põem obstáculos, e fica revoltada. É exactamente o que se passa com o mundo inteiro. Cada um puxa a brasa à sua sardinha: «Na minha opinião é assim, na minha opinião é assado»… Sim, mas este «na minha opinião» é tão limitado! É preciso, agora, que cada um alargue a sua inteligência, seja capaz não somente de julgar as coisas segundo a sua opinião, segundo o seu ponto de vista e os seus desejos individuais, mas também de se colocar na situação dos outros para modificar ou completar- esse ponto de vista. Nessa altura, descobrir-se-á a verdade e ver-se-á que todos têm razão sem ter razão, isto é, têm razão do ponto de vista da sua compreensão, mas não do ponto de vista da colectividade cósmica.

Enquanto o homem não possuir uma consciência suficientemente ampla e impessoal, verá as coisas segundo ele mesmo, e a «sua» verdade não passará de um pedaço da verdade. Portanto, todos os partidos políticos se equivocam porque cada um só vê as coisas do seu ponto de vista. Se pudessem ver a realidade não estariam tão orgulhosos de si próprios. Todos aqueles que não tentam chegar a um ponto de vista universal se enganam, e, mais dia menos dia, será a própria vida a mostrar-lhe que estavam enganados.

Eu não sou contra a política, mas compreendo-a de uma maneira diferente. Se se dá o poder a alguém que não conhece e estrutura do ser humano, nem a maneira como ele está ligado a todas as forças cósmicas, como quereis que esse ser possa trazer algo verdadeiramente bom ao seu país? Uma vez que ele não realizou esta ligação em si próprio, como quereis que a realize para uma nação? Como é que um ignorante poderia instruir os outros, um fraco suportar as cargas dos outros, ou um impuro purificá-los? É impossível! Pois bem, também é impossível que os políticos façam a felicidade dos outros se não forem instruídos numa Escola lniciática: aí, ser-lhes-á ensinado que, para ser um verdadeiro homem político é preciso, antes de mais, conhecer profundamente o ser humano e a Natureza, respeitar as leis divinas e não ter qualquer ambição, qualquer paixão pessoal.

Todos falam em servir a pátria, mas, muitas vezes, isso não passa de palavras; é sobretudo na sua algibeira que pensam, no seu prestígio, no seu poder, e têm botas, unhas e dentes para abrir o caminho e chegar ao primeiro lugar. Ao passo que outros, que são mais competentes mas não têm estas botas nem estas unhas, ficam na sombra. Eu não sou contra a política, mas para mim a única política válida é a dos Iniciados, que estudaram a natureza humana, as suas forças, as suas fraquezas, as suas necessidades e as condições espirituais, afectivas, morais e económicas em que ela pode expandir-se. Enquanto não se possuir estes conhecimentos, a política só poderá conduzir a confrontos sangrentos.
E vede: mesmo Karl Marx, que é tão glorificado, tão enaltecido, tão seguido, pois bem, também ele falirá, dentro de algum tempo, com toda a sua companhia. Sim, porque não se resolve todos os problemas dos humanos pela luta de classes, pela colectivização dos meios de produção, etc. Lá que Karl Marx foi um génio, é certo, ninguém o pode negar, mas que ele não previu tudo, que ele não viveu uma vida divina, que ele não foi um Iniciado, também é certo. Eu reconheço que é necessário haver pessoas qualificadas em cada domínio da vida económica e social, mas acima de tudo é necessário que, à cabeça, estejam Iniciados, que talvez não saibam nada de tudo isso, mas que conhecem o essencial.

Estais admirados? Tomai o meu caso, para exemplo. Não existe na terra um homem que seja tão ignorante como eu no domínio da organização, da economia, das finanças. Eu não sei nada. Eu, que é que sei? Muito bem, uma coisa. Uma só, mas essencial: como fazer correr a água, é tudo. E a água depois encontrará o seu caminho. Nessa altura surgirá e desenvolver-se-á toda uma cultura: as plantas, os animais, os homens … E preciso fazer correr a água, sem se ocupar do resto. É o que eu faço há anos aqui na Fraternidade: ocupo-me de fazer correr a água, e depois sois vós, sim, vós que, como as plantas, as aves, as árvores, os animais, os homens, encontrais, cada um, o vosso lugar. Não me compete a mim encontrar-vos um lugar, não devo ocupar-me de tal. Por isso não tenho nenhum espírito de organização. Ocupo-me somente da água, porque se houver água as coisas organizar-se-ão por elas mesmas. E esta água é o amor, é a vida!…

Enquanto os homens políticos acreditarem que, para melhorar a situação, basta preparar uma boa organização, criar novas instituições, novas estruturas ou novos postos de trabalho, não chegarão a parte alguma, porque se esqueceram da água! Tudo o que eles puderem organizar exteriormente se revelará ineficaz, enquanto não se ocuparem de fazer correr a água. Por isso é necessário que haja no topo um ser que possua esta água, este amor, porque nessa altura todos os ramos de todas as actividades saberão como actuar a fim de contribuir para o sucesso do empreendimento.

Pode-se observar muito bem este fenómeno na quotidiana! Vós não sabeis exactamente como agir para concretizar aquilo que tendes afazer, mas gostais disso, gostais de o fazer, e então conseguis, por causa do vosso amor, porque o vosso amor, esse, sabe desembaraçar-se! Mas se não tiverdes esse amor, por muito que tenteis, nada feito!
Há mulheres que lêem todos os livros de cozinha e utilizam os melhores ingredientes, mas as refeições que preparam são intragáveis, porque elas não gostam de cozinhar. Ao passo que outras, sem jamais terem lido uma receita e com alguns ingredientes muito simples, não se sabe como é que elas se arranjaram, mas os seus pratos são suculentos. Isso é porque elas gostam do que fazem. Aí está, é o amor! Bem entendido, eu não sou propriamente um bebé que não compreende quão complexa deve ser a organização de um país. Sim, mas para que todo o conjunto funcione é necessário uma luz, é necessário um amor, é necessário que a água corra, e nessa altura todos serão inspirados e saberão o que devem fazer.

Vede o que se passa numa reunião em que várias pessoas se encontram para decidir sobre um projecto. Se essas pessoas tiverem amor umas pelas outras, compreender-se-ão, e, no fim da reunião, tudo estará como deve ser e o projecto realizar-se-á. Mas se elas vierem sem amor, jamais encontrarão soluções. É o que acontece frequentemente em muitas assembleias: não há amor, elas reúnem uma vez, duas vezes, três vezes… dez vezes, e nada sai dessas reuniões, a não ser mal-entendidos, querelas. Quando se vem verdadeiramente inspirado pelo amor, por vezes bastam cinco minutos para resolver problemas que, sem isso, permanecerão insolúveis durante anos.

Então por que é que os humanos são ainda tão cegos?... E depois julgam-se algo fantástico! Não, se não conseguem resolver problemas, não têm de que estar tão orgulhosos. Pois bem, devem ficar a saber que aquilo que os impede de encontrar a solução é a falta de amor. Mas eles não acreditam na força do amor. Crêem na força do intelecto, na força do espírito crítico, e é aí que se enganam, não se deve crer na eficácia dessas coisas, elas são até perigosas. Que ponham um pouco mais de amor nos seus encontros, nas suas conversas, apenas isso, e imediatamente os problemas serão resolvidos; todos partirão felizes e até admirados por ter sido tão simples.

Já tendes visto duas pessoas a discutir. Que fazem elas? Interrompem-se mutuamente, falam ao mesmo tempo e acabam por se matar uma à outra. Sim, porque não se ouviam uma à outra. Cada uma delas está de tal maneira imbuída de si própria que não quer ouvir a outra, e, instantes depois, elas enervam-se, não conseguem dominar-se e começam a engalfinhar-se. Realmente, as pessoas não são nem psicólogas nem pedagogas. Se fossem inteligentes, deveriam saber com antecedência que seria assim, e evitariam chegar a esse ponto. Um homem inteligente mostra, em primeiro lugar, muito amor, muita benevolência, muita atenção ao que se lhe diz, para despertar na outra pessoa algo de bom, e nessa altura pode resolver-se tudo.

Para terminar, dir-vos-ei que os dirigentes políticos, enquanto não forem instruídos na Ciência Iniciática, cometerão obrigatoriamente erros. O público que assiste aos seus debates fica maravilhado e aplaude: «Viu como fulano tal respondeu ao adversário? Oh, lá, lá! O que ele lhe disse! Como ele o desancou! Aquilo é que foi magnífico!» Mas um Iniciado que vê isto não fica maravilhado. Com cegos tudo pode passar, eles engolem tudo; mas com os Iniciados, não.

Então, não espereis grande coisa da política enquanto os políticos não tiverem estudado a Ciência Iniciática; surgirão cada vez mais dificuldades, choques, mal-entendidos, para os quais não encontrarão soluções. Sim, sou obrigado a dizer-vos a verdade, ainda que ela não agrade a alguns. Enquanto não se possuir esta Ciência que diz respeito ao homem, ao Universo e ao Criador, as soluções encontradas serão parciais, momentâneas, passageiras, e produzirão sempre inconvenientes, que não se soube prever.

quarta-feira, 6 de março de 2013

O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER - Parte 1


RUMO AO REINO DA PAZ


Capitulo 7 da Coleção IZVOR 208


O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER

I

O ser humano é feito de duas naturezas (digamos assim para simplificar): uma natureza inferior, a que chamámos «personalidade» e uma natureza superior, a que chamámos «individualidade». Quando a individualidade domina nele, o homem pode fazer um bem imenso ao mundo inteiro, ao passo que se se deixa conduzir pela personalidade, que é egocêntrica, ávida, cruel, não pode deixar de prejudicar os outros. Infelizmente, por toda a parte é a personalidade que ocupa o primeiro lugar: nas famílias, onde se vê a mulher a puxar sempre a brasa à sua sardinha e o marido a fazer outro tanto… na sociedade, onde cada um procura abrir caminho a despeito dos outros… Na política, na economia, na arte, por toda a parte, é a personalidade que se exprime, que se impõe, que fulmina.

Mas os humanos não têm critérios suficientes para analisar a origem das suas exigências e das suas reivindicações. Quantas vezes eles têm experimentado mudanças e até revoluções! Mas a situação não melhorou. E por que é que não melhorou? Porque estas revoluções não foram feitas por pessoas que tivessem vontade de se separar das suas tendências inferiores. E enquanto não houver uma melhoria nas mentalidades, quaisquer que sejam as reformas que elas encarem, nenhuma situação poderá realmente melhorar. Só quando elas saírem do pequeno círculo dos seus apetites e cobiças é que as mudanças que fizerem serão verdadeiros melhoramentos.

Até lá, ainda que todos os homens políticos utilizem cada vez mais a palavra «mudança»», continuar-se-á a assistir aos mesmos esforços encarniçados de uma quantidade de ambiciosos para disputar os lugares que lhes darão mais poderes e mais dinheiro. Eles não se preparam para assumir a tarefa grandiosa que lhes cabe, não trabalham para se tomar mais desinteressados, mais nobres, mais senhores de si... modelos! Isso não lhes interessa. Para que lhes serviria melhorarem-se? Não é disso que sentem necessidade. Sentem necessidade de lugares para terem poderes, para saciarem as suas paixões, os seus desejos de conquista, de domínio, de vingança. Eis por que o mundo jamais encontrará a paz!

Na realidade, a sociedade actual é tão pouco esclarecida que encoraja todas as tendências inferiores dos seus membros. Mesmo os pais são tão ignorantes que julgam que educam os filhos incentivando-os a obter favores e privilégios por meios mais ou menos ilícitos. Para eles a educação é isso. Em vez de lhes dizerem: «Prepara-te! Se um dia tiveres responsabilidades, deverás mostrar-te à altura do teu cargo e jamais te comprometer»; não, eles dão-lhes os conselhos mais desonestos e regozijam-se com os seus sucessos mesmo que eles não os mereçam. Pretende-se sempre triunfar no plano material, e como para lá chegar se é obrigado a empregar os calculismos, a astúcia, a violência, acaba-se por destruir tudo o que se tinha de bom no seu carácter.

Vós direis: «Sim, mas se nos conduzirmos segundo os seus conselhos, se nos formos preparar assim para nos tornarmos um modelo, as condições no mundo são tais que ficaremos por aí, desconhecidos, obscuros, no mais baixo da escala.» Que sabeis vós das grandes leis espirituais para tirar semelhantes conclusões? Quando vos tornardes verdadeiramente um ser capaz, excepcional, quando vos tornardes verdadeiramente um modelo, um sol, ainda que não o queirais, ainda que o recuseis, os outros virão pegar em vós à força e colocar-vos-ão no topo para os dirigirdes e os guiardes!… Se isso não acontece, é porque não o mereceis: não estais ainda em condições, portanto, não tendes razões para protestar.

Os humanos aspiram à verdadeira luz, à verdadeira ciência, ao verdadeiro poder, têm necessidade disso, procuram isso, mas, como todos aqueles com quem convivem não são modelos lá muito impecáveis, eles recorrem à desonestidade e à violência para triunfar a todo o custo. Interiormente, todos aspiram ao que é nobre, sublime, mas como não o encontram e se vêem rodeados de malfeitores e de gananciosos, desencorajam-se e começam a imitá-los, adaptando esta filosofia tão difundida: «Fazei o bem e pagar-vos-ão com o mal»… «Se se é honesto, morre-se de fome»… «O homem é um lobo para o homem»… Então, cada vez mais, todos se nivelam, todos sentem afinidade com as criaturas mais inferiores.

O que é triste é que, durante a sua adolescência, muitos têm o desejo de trabalhar para um ideal, de fazer grandes sacrifícios, de se conduzir como cavaleiros: mas ao fim de algum tempo, pelo contacto com a realidade, sob a pressão daqueles que os rodeiam e que os aconselham a ser «racionais», «inteligentes», eles renunciam, nivelam-se, tornam-se como os outros. Vê-se isso por toda a parte: as pessoas têm bons desejos, bons impulsos, só que não encontram instrutores, modelos, para as apoiar, as aconselhar e as impedir de voltar atrás, e então, por causa de todos os pequenos inconvenientes, por causa das troças, das zombarias, ao fim de algum tempo tornam-se como as feras que as rodeiam.

Mas suponde que, no futuro, venham a existir criaturas que lutam, que sacrificam tudo para conseguir realizar um ideal sublime; vereis como depois elas serão procuradas, apreciadas, amadas. E é assim que o Reino de Deus poderá a vir à terra. Se ele ainda não veio é porque a maioria daqueles que governam no mundo não têm um alto ideal. Eles não são assim tão estúpidos nem tão loucos ao ponto de terem objectivos tão sublimes! Preferem aproveitar a situação. Mas se, um dia, alguns se decidirem a realizar este ideal aconteça o que acontecer, então, acreditai, será o verdadeiro poder, a verdadeira luz, a verdadeira beleza.

Só os sábios, os Iniciados, os grandes Mestres que haviam subjugado a sua personalidade puderam deixar a sua natureza divina manifestar-se e legar à humanidade uma obra inolvidável, eterna, indelével. Tais seres sempre existiram – a História recorda-no-los –, mas eles são demasiado poucos em comparação com todas essas personalidades que povoam a terra e dão livre curso aos seus instintos inferiores: a cupidez, a hostilidade, a vingança. Quando semelhantes seres têm responsabilidades políticas num país, não podem deixar de fazer vítimas. É por causa dessa filosofia da personalidade que as guerras nunca acabarão. Enquanto os humanos não mudarem de filosofia, jamais poderão produzir-se verdadeiras melhorias: haverá sempre, em alguma parte do mundo, guerras e misérias.

Se o Reino de Deus ainda não veio à terra, é porque todos trabalham para uma política inspirada pela personalidade. Sim, quando eu analiso os objectivos da política, verifico que eles são sempre medíocres. Ah! Evidentemente, são apresentados com uns quantos adornos, uns quantos ornamentos, para impressionar o grande público. Mas, na realidade, muitas vezes isso equivale a dizer: «Levanta-te, para eu me sentar no teu lugar!» São todos iguais! Mas, pouco a pouco, as pessoas compreenderão que não se pode fazer violinos com qualquer madeira, é preciso encontrar a madeira conveniente. Sim, os homens políticos devem ser preparados, instruídos nas Escolas Iniciáticas, senão continuarão a arrastar os povos para a catástrofe.

Quais são, realmente, as intenções ocultas de todos esses indivíduos que aparecem em público, que falam, que gesticulam, que fazem discursos retumbantes? As pessoas atropelam-se para os ouvir e, como não têm nenhuma clarividência, ficam embaladas, aplaudem, seguem-nos. É assim que os cegos são guiados por outros cegos. Mas vós sabeis o que se diz: «Com cegos a conduzir outros cegos, caem todos no precipício.» Infelizmente, é sempre demasiado tarde, quando as catástrofes já aconteceram é que se dá conta desta cegueira geral. Vede o caso de Hitler, de Estaline, e de tantos outros: que carrascos, que monstros! E houve multidões que os seguiram e os aclamaram…
Eu também trabalho para uma política, mas uma política que não é inspirada pela personalidade. 

O que é triste é que ainda há muito pouca gente preparada para apreender estas ideias. Ide falar às pessoas de uma política inspirada pela individualidade, pela generosidade, pelo desinteresse, pela luz: ninguém vos seguirá. Mas falai-lhes em destruir, em incendiar, e imediatamente isso irá agradar a milhares de pessoas. Por isso – desculpai que o diga – os humanos ainda precisam de sofrer.

Sim, não há outra explicação: os humanos ainda precisam de sofrer, e um dia, por causa destes sofrimentos, encontrarão o caminho. Pensais que eu sou cruel? Não, sinto-me triste ao dizê-lo, mas os humanos têm necessidade de sofrer para compreender. A prova está em que, quando se apresenta um enviado do Céu que pode esclarecê-los e ajudá-los, eles não o escutam! E não só não o escutam como ainda o encarceram, o queimam ou o crucificam. Mas quando se trata de um monstro, que vai fazê-los sofrer, acolhem-no de braços abertos, aclamam-no e dão-lhe todos os poderes para os destruir. Estudai a História e vereis que os humanos procuram aqueles que os fazem sofrer.

Os anais da Ciência Iniciática referem que muitas humanidades desapareceram e que algumas, como por exemplo a raça dos Atlantes, tinham uma cultura e uma técnica muito mais avançadas que as nossas. Elas desapareceram por causa desta tendência da personalidade que impele os seres a quererem dominar e subjugar tudo pela violência.

E, o que é um péssimo presságio para o futuro da humanidade, vê-se esta tendência manifestar-se cada vez mais no mundo actual. Por toda a parte há Estados ou partidos que querem dominar e esmagar os outros, por toda a parte se fabricam armas cada vez mais numerosas e mortíferas. Se existe uma indústria onde não há falta de trabalho é justamente a das armas: todos os países as fabricam para seu próprio uso e para as vender aos outros. Presentemente, a África está cheia de armas que outros países lhe venderam; estes países estão contentes. Enriqueceram, mas como é possível eles não pensarem que um dia sofrerão as consequências catastróficas destas vendas de armas?

A Inteligência Cósmica, que vive na eternidade, não se preocupa com mais humanidade ou menos uma humanidade. Já desapareceram tantas outras que, se esta também desaparecer por sua própria culpa, isso não a perturbará muito: com os poucos indivíduos que ficarem, ela preparará uma nova. Cabe-nos a nós não nos destruirmos. Se nos obstinarmos em tudo fazer para sermos destruídos, a Inteligência Cósmica ficará imperturbável, não intervirá, deixar-nos-á a fazê-lo.

A humanidade chegou a um grau de desenvolvimento muito elevado, é evidente, e este desenvolvimento deve-o ao intelecto. Por si mesmo, o intelecto é neutro, não é nem bem nem mal orientado, mas quando é dirigido pela personalidade – o que acontece na maioria dos casos – esta tem nele o meio mais eficaz de realizar os seus projectos mais perniciosos. Graças ao desenvolvimento extraordinário das faculdades intelectuais, a personalidade conseguiu-manifestar cada vez melhor as suas piores tendências: querer açambarcar tudo e suprimir aquilo que lhe resiste.

E quando eu ouço os discursos de alguns representantes dos partidos políticos ou dos sindicatos, digo para comigo: «Meu Deus, mas o que é que eles imaginam! Jamais as suas actividades darão resultados. Porquê? Porque não são exemplos, não são modelos, têm ambições, ideias preconcebidas, neles é a personalidade que governa.» Vós direis que eles são muito inteligentes, que sabem falar … E certo, mas isso não basta. Eles conhecem a política, a História, a economia, mas são dirigidos pela personalidade. Quando a individualidade vier comandar, então sim, poderão realizar alguma coisa. Mas terão eles sequer a ideia de que existe neles uma natureza superior que deve tomar tudo em mãos?

Nenhum homem pode tornar-se um bom chefe de governo enquanto tiver impulsos, projectos, ditados pela ambição, pelo interesse, pela vaidade ou pelo desejo de vingança… Nestas condições, jamais ele poderá trazer a felicidade ao seu povo. Oh! Claro, para deitar poeira nos olhos, a fim de que não se veja os seus verdadeiros motivos, todos encontram frases magníficas, como a questão da salvação da pátria, a felicidade dos homens, uma verdadeira justiça, e assim por diante. Mas a realidade, eles não podem dizê-la: se eles se apresentassem sinceramente, tal como são, com as suas cobiças, a sua vontade de dominar, ninguém os aceitaria. Eles sabem-no, e é por isso que intrujam, mentem, enganam.

No passado, sim, homens como Gengis Khan, Átila, Tamerlão, podiam obter tudo o que queriam mesmo mostrando-se exactamente como eram. Eram outras épocas, outras mentalidades e quanto mais um chefe se mostrava cruel, injusto, implacável, mais hipóteses tinha de triunfar. Mas agora não se pode. Há que dissimular-se por detrás de objectivos aceitáveis, razoáveis, generosos até, senão está-se perdido. É por isso que, actualmente, se trabalha para adquirir maneiras convenientes a fim de produzir um bom efeito diante do público, a fim de atrair melhor as vítimas, e, uma vez atraídas, hop, engoli-las. É fácil: estas vítimas não têm intuição, nem inteligência, nem conhecimentos. Com alguns métodos e tempo, mesmo um desonesto pode convencer quase seja quem for, com a condição de não mostrar as suas verdadeiras intenções.

Para encontrar seres que tenham objectivos verdadeiramente desinteressados, há que dirigir-se a grandes Iniciados que deram provas, que se purificaram, que sofreram, mas que venceram e triunfaram. Se não for o caso, mais vale desconfiar um pouco. Se, num homem, a natureza superior venceu a natureza inferior, podeis ter confiança nele, mas nunca antes. Antes, o que quer que ele vos diga, desconfiai!

E também em relação a mim não vos digo que tenhais confiança, que acrediteis, que me sigais. Digo-vos somente: «Vinde viver comigo, vinde verificar… » E se, depois de me terdes observado durante meses ou anos, pensardes que podeis confiar, então sereis livres de me seguir. Mas eu, desde o primeiro dia, jamais vos pedi que me seguísseis.

terça-feira, 5 de março de 2013

Pensamento de 5 de Março de 2013


Quatro elementos - constituem a matéria da criação

"Os quatro elementos – terra, água, ar e fogo – constituem a matéria de todas as criaturas do universo. Desde a pedra até ao Trono de Deus, passando pelas hierarquias angélicas, são eles que lhes dão a possibilidade de se manifestarem e, consoante a quantidade e a proporção de cada um, elas pertencem a esta ou àquela classe ou categoria.
Na realidade, nós ainda não conhecemos os quatro elementos. A terra, a água, o ar e o fogo surgem-nos no plano físico na sua forma mais densa, mais material. Mas é no topo da Árvore da Vida, na séfira Kéther, que se encontram a terra, a água, o ar e o fogo verdadeiros. Eles são representados tradicionalmente sob a forma de um touro, uma águia, um homem e um leão. É a eles que os cristãos chamam Serafins e a Cabala Hayoth haKodesch, os Animais de santidade."

segunda-feira, 4 de março de 2013

Pensamento do dia 4 de Março de 2013

Dar e receber - condição para a vida

"Dar e receber. Só se pode dar o que se recebeu; e, quando se recebeu, há que ser capaz de dar. Toda a vida está baseada nesta espécie de movimento perpétuo: o ato de receber engendra naturalmente o de dar; e, enquanto se dá, não se deve parar de receber para se poder continuar a dar.
Haveria tantas coisas a dizer sobre o significado e a importância destas duas palavras, receber e dar! De quem receber, como receber?... A quem dar e como dar?... Há que aprender a receber do Céu e a dar à terra. O que supõe que se saiba adaptar-se imediatamente às circunstâncias e mudar de polaridade. Podemos chamar “maleabilidade” a esta qualidade. Sermos maleáveis implica que permaneçamos sempre vigilantes, atentos, para só atrairmos as correntes que descem do Céu para a terra e nos tornarmos seus condutores. Todos os nossos órgãos, todas as nossas células, devem impregnar-se da importância desta missão: receber e dar."


 

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ORAÇÕES

Aqui seguem as mais importantes orações dadas por OMRAAM.


SALMO 91

SALMO 91


Aquele que permanece sob o abrigo do Altíssimo

repousa à sombra do Todo-Poderoso.

 
Digo ao Eterno:

Meu refúgio e minha fortaleza !

Meu Deus, em quem confio !
 

Pois é Ele que te liberta da rede do passarinheiro,

da peste e das suas devastações.

Ele cobrir-te-á com a sua plumagem  

e sob as suas asas encontrarás um refúgio.

A sua fidelidade é um escudo e uma couraça.

 
Não temerás os terrores da noite,

nem a flecha que voa de dia,

nem a peste que caminha nas trevas,

nem o contágio que ataca ao meio-dia.

 
Ainda que caiam mil a teu lado e dez mil a tua direita,

não serás atingido.

Bastará olhar com os teus olhos

e verás a recompensa dos maus.

Pois Tu és o meu refúgio, ó Eterno !

Tu fazes do Altíssimo o teu retiro.

 
Nenhuma desgraça te atingirá, ­nenhuma calamidade se aproximará da tua tenda,

pois Ele ordenará aos Seus Anjos

que te guardem em todos os teus caminhos.

Eles carregar-te-ão nas suas mãos,

receosos de que o teu pé tropece numa pedra.

Caminharás sobre o leão e a víbora,

esmagarás a cria do leão e o dragão.

 

Posto que ele me ama, eu libertá-lo-ei.

Dado que ele conhece o meu nome, eu protegê-lo-ei.

Ele invocar-me-á e eu responder-lhe-ei .

Estarei com ele na aflição.

Libertá-lo-ei e glorificá-lo-ei.

Saciá-lo-ei de longos dias

e mostrar-lhe-ei a minha Salvação.

OMRAAM

O Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov (1900­-1986) nasceu na Bulgária. Em 1937 partiu para França, onde transmitiu o essencial do seu ensinamento. Aquilo que nos espanta, desde a primeira abordagem, na sua obra, é a multiplicidade de pontos de vista sob os quais é apresentada esta única questão: o homem e o seu aperfeiçoamento. Qualquer que seja o tema abordado, ele é invariavelmente tratado em função do homem, em função do uso que este pode fazer desse tema, para uma melhor compreensão de si mesmo e uma melhor conduta na sua vida.
 
A obra de Omraam Mikhaël Aïvanhov apresenta-se inicialmente como um conjunto de vários milhares de conferências e pequenas conversas improvisadas que foram estenografadas ou gravadas em bandas magnéticas audio e video. Esta obra continua em processo de edição e é proposta ao público sob a forma de edições repartidas em diferentes colecções: Obras Completas, Colecção Izvor (livro de bolso), Brochuras, Pensamentos Quotidianos, e também em suportes audiovisuais (cassetes audio e video).
 
 

FONTE : http://www.prosveta.com/omraam-mikhael-aivanhov.phtml

CONFERÊNCIAS


O SOL, INICIADOR DA CIVILIZAÇÃO  - IZVOR 201 - CAP.1


O QUE TODO O HOMEM POLÍTICO DEVERIA SABER - Parte 1 - IZVOR 208 - CAP.7


Se desejarem receber algum dos textos por email basta pedirem.

O SOL, INICIADOR DA CIVILIZAÇÃO

RUMO A UMA CIVILIZAÇÃO SOLAR



Capitulo 1 da coleção IZVOR 201


Quando o Sol nasce e se ergue, espalha a sua luz, o seu calor e a sua vida, e esta luz, este calor e esta vida é que incitam os homens a erguerem-se também para irem trabalhar. Uns vão para o escritório, para a fábrica ou para os campos, outros abrem as suas lojas. As crianças vão para a escola. As ruas ficam cheias de ruídos, de pessoas e de viaturas a circular... À tardinha, quando o Sol se põe, fecham-se as lojas, abandonam-se os escritórios, volta-se a casa, e depois... cama! É o Sol que marca o ritmo de vida dos seres e foi ele também o iniciador da cultura, da civilização.

Pergunta-se, por vezes, quem é que ensinou aos homens a escrita, a agricultura, o uso do fogo ou de certos utensílios, e nomeia-se talou tal pessoa, mas, na verdade, na origem de todas estas descobertas está o Sol. Direis que isto não é possível, que o Sol não é inteligente, que ele não tem cérebro para pensar nem boca para falar. Então, na vossa opinião, só são inteligentes os humanos ignorantes, e aquele que torna possível toda a vida existente na terra não é inteligente!...

Pois bem: foi o Sol que primeiro trouxe a ciência ao homem. Como? É muito simples de compreender. É porque o Sol nos dá a sua luz que nós podemos ver os objectos, as formas, os relevos, as cores, as distâncias. É graças a esta luz que podemos orientar-nos, observar, comparar, calcular. Sem luz, nenhuma ciência é possível. O que é que se pode conhecer na escuridão? Nada.

E agora, se eu perguntar quem trouxe a religião, alguns, que se julgam grandes filósofos, responder-me-ão que foi o medo, o medo dos humanos perante as forças da Natureza. Não, este ponto de vista é muito limitado. Foi o Sol quem criou a religião: ao dar o seu calor aos humanos, ele introduziu neles uma necessidade de se dilatarem, de amarem, de adorarem. No frio não pode haver amor. Mas aquecei alguém e ele abrir-se-á, sentir-se-á bem e começará a amar. Eis como apareceu a religião: graças ao calor. Esta religião pode começar por ser apenas o amor por um homem, uma mulher ou até um animal: um cão, um gato, um canário... Não importa, é um começo. Um dia, este amor elevar-se-á até ao Senhor do Universo.

Finalmente, foi também o Sol o iniciador da arte, porque ele traz a vida. A partir do momento em que um ser tem vida, começa a querer mexer-se, agir, exprimir-se, e surgem a dança, o canto, a pintura, a escultura. A arte começa com a vida. Observai as crianças: elas mexem-se, gritam, rabiscam... Os seus gritos são o começo da música; as suas garatujas são o começo da pintura; as suas pequenas modelagens são o começo da escultura; as suas casinhas de brincar são o começo da arquitectura; e todos os seus pequenos movimentos são o começo da dança. Sim, a arte começa com a vida, e a vida vem do Sol.

Como poderia um artista criar o que quer que fosse se o mundo estivesse mergulhado na escuridão? Onde iria ele buscar os seus modelos? Quem lhe daria a ideia dos movimentos, das formas, das cores? Eu já disse a certos pintores: «Vós pintais quadros, mas quem vos deu as cores? Fostes vós que as fabricastes? Não; através dos minerais e dos vegetais de que elas são extraídas, foi o Sol que vos deu essas cores. Já pensastes nisto?» Os pintores nunca dão graças ao Sol, que lhes forneceu as cores, e é mesmo muito raro representarem-no nos seus quadros.

Por ser ele que traz a luz, o calor e a vida, o Sol é, pois, o iniciador da ciência, da religião e da arte. Contudo, ele é o último a ser amado e respeitado pelos humanos. Pois eu sou o advogado do Sol, exijo a reabilitação do Sol! Estou indignado por ver como o tratam: erguem-se monumentos a impostores, e ao Sol, nada! Contudo, a primeira causa, a origem de todas as coisas, é ele. A Terra e os outros planetas saíram dele, foi ele quem os gerou. E por isso que a Terra contém os mesmos elementos que o Sol, mas no estado sólido, condensado. Os minerais, os metais, as pedras preciosas, as plantas, os gases, os corpos subtis ou espessos que se encontram no solo, na água, no ar e no plano etérico, provêm do Sol.

O ouro, por exemplo, que os humanos apreciam a tal ponto que, para o possuir, são capazes de cometer crimes... o ouro é uma formação do Sol. Porque da mesma forma que existem sobre a terra fábricas onde se elaboram todas as espécies de produtos e objectos, também sob a terra funcionam fábricas onde trabalham milhões de entidades, e são elas que, condensando a luz solar, fabricam o ouro.

Vós direis: «Mas como pode o ouro ser uma condensação da luz solar?» Para que fique mais claro, tomemos o caso das árvores. As árvores, sobretudo algumas delas, como os pinheiros, os abetos, os carvalhos, as nogueiras, mostram ser uma matéria extremamente compacta e dura, já que com elas se podem construir casas, barcos, etc... As árvores nascem da terra e por isso são consideradas uma formação da terra. Pois bem, é um erro: as árvores são feitas da luz do Sol. Pegai numa árvore, uma árvore enorme, e queimai-a: vereis que dela se escapam chamas, uma quantidade enorme de chamas, gases, em menor quantidade, e vapor de água, em quantidade ainda menor; no fim, fica no chão apenas um pequeno monte de cinzas: eis o que pertence à terra.

A árvore é feita de terra, água, ar e fogo, mas é o fogo, são os raios do Sol, que entram nela em maior proporção. Por conseguinte, uma árvore não é terra, mas luz solar condensada. Aliás, se fordes a algumas florestas como as que eu vi na Índia, no Ceilão, nos Estados Unidos, no Canadá ou na Suécia, podereis constatar que essas árvores, que representam biliões e biliões de toneladas, não fizeram baixar o nível do solo; se elas tivessem extraído da terra os elementos que as constituem, o nível do solo teria baixado várias dezenas ou centenas de metros. Eis mais uma prova de que a árvore é uma condensação da luz solar. E se as árvores conseguem captar e materializar assim os raios do Sol, por que razão certas entidades que trabalham sob a terra não poderiam fazer o mesmo para fabricar o ouro?... Sim, isto dá que pensar.

Conheci um dia um homem cuja maior paixão era encontrar ouro. Ele tinha arranjado toda a espécie de livros sobre tesouros, assim como sobre as práticas mágicas que permitem descobri-los. Durante um certo tempo, eu deixei-o andar, sem lhe dizer nada (evidentemente, ele não encontrava coisa nenhuma), e depois, um dia, perguntei-lhe: «Por que anda a fazer olhinhos bonitos à criada em vez de tentar conquistar a amizade da castelã?» Ele ficou indignado: «Eu? Mas eu sou casado, não faço olhinhos bonitos a ninguém! - Eu sei que é casado e que é um marido fiel, mas vejo que, apesar disso, está a tentar seduzir a criada.»

Ele continuava a não compreender. Então, eu expliquei-lhe: «Ora bem, o senhor procura ouro, mas ouro é apenas a criada. A castelã é a luz do Sol, cuja condensação nas entranhas da Terra deu o ouro. E quando a castelã vê que, em vez de tentar obter as suas graças, os seus sorrisos, o senhor persegue a sua criada, sente-se ofendida e fecha-lhe a porta. Daqui em diante, dirija-se directamente à castelã, à luz do Sol, faça o possível por amá-la, por compreendê-la, por atrair as suas graças, e, mais cedo ou mais tarde, o ouro virá. Por que não se dirige mais acima? Se for amigo do rei, todos os seus súbditos terão consideração por si. Mas se apenas ganhou a amizade do porteiro, ficará com o porteiro e os outros não o conhecerão.» Ele ficou estupefacto e disse: «Compreendi!». Mas eu não acredito, pois ele continuou a lançar olhares para a criada!

Não é só o ouro que é uma condensação da luz solar, também o são o carvão, o petróleo, a madeira e os materiais de que se faz toda a espécie de objectos. Tudo o que as indústrias fabricam, e até o vestuário que nós usamos, foi produzido pelo Sol. Toda a economia está baseada nos produtos do Sol, mas o Sol, esse, é esquecido. Despreza-se o criador para correr em busca das cascas, dos restos, das escórias das suas criações. Há, pois, algo de errado na compreensão dos humanos, e é isso a origem dos seus maiores males, porque, quando se abandona o essencial pelo secundário, o centro pela periferia, é inevitável dar com a cabeça nas paredes, e é o que lhes acontece. Por isso, agora é necessário que eles restituam o primeiro lugar àquele que é a causa de tudo: o Sol. A situação corrigir-se-á primeiro nas suas cabeças, em seguida na sociedade, e tudo irá muito melhor. Vós direis: «Mas como é que a maneira de considerar o Sol pode ter semelhantes consequências? É apenas um detalhe.» Sim, parece ser apenas um detalhe, mas, com o tempo, esta inversão de valores acabou por acarretar consequências extremamente graves e complicadas em todos os domínios da vida.

Basta reflectir um pouco para compreender que o Sol está na origem de tudo o que existe na Terra. Pedi para ele vos explicar como meditou e trabalhou para fazer viver os humanos, como lhes preparou condições favoráveis de atmosfera, de temperatura... como doseou a luz e o calor para que a vida aparecesse. Em primeiro lugar, foram os vegetais, depois os peixes, os pássaros, os mamíferos e, finalmente, o homem. Foi o Sol que preparou tudo para que nascessem uma cultura e uma civilização. Foi ainda o Sol o primeiro agrónomo, visto que dele depende a distribuição da vegetação e também o seu crescimento e o seu desenvolvimento. É ele quem faz a miséria ou a riqueza, a fome ou a abundância.

Quando eu cheguei a França, em 1937, disse que, no futuro, a humanidade deixaria de utilizar madeira, o carvão e o petróleo para produzir energia, e utilizaria unicamente os raios solares. É evidente que, nessa época, não acreditaram em mim, mas agora começam a dar-me razão, pois cada vez mais se percebe que as fontes de energia utilizadas actualmente estarão esgotadas em breve e será necessário recorrer as energias de natureza mais subtil, que são, essas sim, inesgotáveis. No futuro, será graças à energia solar que nos iluminaremos, que nos aqueceremos, que viajaremos... Alimentar-nos-emos, até, da luz do Sol.

Sem a vida do Sol, nunca teria sido possível os homens existirem, agirem, trabalharem. Sem o seu calor, eles não poderiam ter vivido sensações. Sem a sua luz, eles nunca teriam podido ver, e não só ver, mas compreender, uma vez que a compreensão não é mais do que uma visão superior, no domínio intelectual. Quanto ao seu calor, foi ele que suscitou tudo o que é do domínio do coração: os contactos, as trocas, o amor, a amizade. É ele que está na origem do casamento, da família, da sociedade e de todas as formas de colectividade. Se fordes frios, as pessoas não vos amarão, afastar-se-ão, mas, se fordes calorosos, elas virão aquecer-se junto de vós e ficar-vos-ão reconhecidas por esse calor. É o calor que aproxima os seres, que lhes dá a capacidade de sentir, de se comover, de se maravilhar, de orar... É, pois, o calor do Sol que está na origem da moral e da religião.

É claro que, se disserdes isso aos cristãos, eles ficarão indignados, porque não vêem a importância do Sol: para eles, o essencial é a missa. Então, eu pergunto-lhes: «Mas, se o Sol não existisse, como se faria a missa? Quem poderia dizer a missa na escuridão e no frio? Onde se encontrariam o pão e o vinho para a comunhão?» Eu não quero diminuir o valor da missa; dir-vos-ei mesmo, francamente, que conheço a esse respeito mais coisas do que a maior parte dos padres. Eles aprenderam a dizer a missa, mas não conhecem o seu sentido profundo, mágico. Eu conheço-o e é por isso que tenho pela missa um respeito muito maior do que os próprios cristãos. No entanto, pergunto-lhes: «Sem o Sol, quem diria a missa?... E quem assistiria a essa missa?» Como podeis ver, eles não reflectem.

E se agora eu vos disser que foi a luz do Sol que, trabalhando sobre o nosso corpo físico, formou os nossos olhos, também não acreditareis em mim. Contudo, é verdade, foi o Sol que criou os nossos olhos. Porquê? Para ser visto... E, através do seu calor, ele trabalhou sobre o nosso corpo para criar os órgãos da sensação: o coração, a boca e, sobretudo, a pele, o tacto. Ele achou que a sensibilidade à luz devia ser limitada somente aos olhos, mas que o calor devia ser sentido em toda a superfície do corpo. Reparai na diferença... É interessante, não é?

O Sol dirige tudo no Universo; é como um chefe de orquestra, como um rei no seu trono. Quando ele toma uma decisão, dá somente um sinal e todos os espíritos que ele enviou aqui para a Terra, ou para outros planetas, apressam-se a executar as suas ordens: modificam algo na atmosfera, nas correntes electromagnéticas, e daí advêm modificações de toda a espécie nos reinos vegetal, animal e humano, nos domínios biológico, psicológico, económico e social. Tudo o que acontece na Terra é comandado pelo Sol: as erupções ou as manchas solares nada mais são do que sinais que ele dá a toda uma hierarquia de inteligências encarregadas de executar as suas ordens.

Um dia, a ciência aceitará as minhas ideias, é impossível ela não seguir este caminho. Por isso, eu digo agora aos homens da ciência: «Abandonai tudo o que estudais nos vossos laboratórios e ocupai-vos do Sol. Tudo está no Sol: a saúde, a riqueza e a felicidade da humanidade.» Vós direis que alguns astrónomos e físicos estudam o Sol... Sim, eu sei, estou ao corrente das pesquisas realizadas pelos cientistas em todos os países, e particularmente nos Estados Unidos e na U.R.S.S.(O presente texto foi extraído de uma conferencia proferida antes do desmembramento da ex-União Soviética) Porém, quando reprovo à ciência o facto de não se ocupar do Sol, quero dizer que ela ainda não estudou verdadeiramente o que é a luz solar e, sobretudo, como o homem pode trabalhar com ela, fazê-la penetrar nele, para se purificar, para se reforçar, para se regenerar. Sim, porque os raios do Sol, que penetram nas profundezas dos oceanos (o que permite a certos peixes, especialmente equipados para captá-los, difundir luz), podem também penetrar em nós e, se soubermos como recebê-los, podem pôr em marcha certos centros, iluminar certas lâmpadas que existem em nós desde sempre. Para mim, como já vos disse, os raios do Sol são como vagões cheios de víveres, isto é, de elementos e de energias de que o homem pode servir-se à vontade para o seu desenvolvimento físico e psíquico. Tudo aquilo de que o homem tem necessidade está contido no Sol. Eis um domínio imenso para explorar ...