segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Intro - Do homem a Deus, a noção de hierarquia


O que eu quero é dar-vos métodos que vos permitam realizar aquilo que é o objectivo de qualquer religião: estabelecer uma ligação com Deus.

Na terra, é impossível alguém dirigir-se a uma personagem importante sem passar por intermediários, mas imagina-se que é possível contactar o Senhor directamente!

Deus é uma energia de um poder indescritível e nenhum ser humano pôde alguma vez tocá-l’O, ouvi-l’O ou vê-l’O. Vós dir-me-eis que Abraão, Moisés e os profetas de Israel falaram com Deus. Sim, o Velho Testamento está repleto desses diálogos, mas, na realidade, isso é só uma maneira figurada de apresentar as coisas...

Deus é comparável a uma electricidade pura, que só pode descer até nós, através de transformadores. Estes transformadores são as inúmeras entidades luminosas que povoam os céus e a que a tradição chamou“hierarquias angélicas”. É através delas que nós recebemos a luz divina e que conseguimos entrar em relação com Deus.

Sim, é necessário saber que entre nós e o Senhor existe todo um caminho a percorrer, um espaço tão vasto que é impossível concebê-lo, e esse espaço não está vazio, compõe-se de regiões habitadas por entidades espirituais. Todas as religiões mencionaram, de uma forma ou de outra, a existência dessas regiões e dessas entidades. Para mim, foi a tradição judaica que deu, sobre elas, as noções mais precisas e mais claras. O cristianismo e o Islão herdaram, em parte, estas noções.

No Génesis é mencionado um símbolo desta hierarquia angélica, que faz a ligação entre o homem e Deus: a escada de Jacob. «Jacob chegou a um local onde passou a noite, porque o sol já se havia posto. Ele pegou numa pedra, da qual fez a sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar. Teve um sonho. E nesse sonho, viu uma escada assente na terra e cujo topo tocava o céu. E eis que os anjos de Deus subiam e desciam por essa escada. E eis que o Eterno se encontrava acima dela.»


A tradição cristã, que retoma a tradição judaica, ensina a existência de nove ordens angélicas: os Anjos, os Arcanjos, os Principados, as Virtudes, as Potestades, as Dominações, os Tronos, os Querubins e os Serafins. Cada uma destas ordens angélicas é um aspecto do poder e das virtudes divinas, mas, sobretudo, elas representam para nós noções mais acessíveis que a palavra “Deus”. Para o nosso bom desenvolvimento espiritual, é necessário conhecermos estas entidades que nos ultrapassam, pois elas são para nós como faróis no nosso caminho.

In Do homem a Deus - Séfiras e Hierarquias Angélicas - Cap.1

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